Por falta de um conhecimento mais preciso da duração dos deslocamentos por terra na Itália, nossa passagem de volta para o Brasil acabou sendo comprada pro dia 1º de janeiro de 2014. Resultado: em vez de passarmos o réveillon sob as águas do Oceano Atlântico tivemos que “acampar” no aeroporto por 30 horas. Isso mesmo T-R-I-N-T-A horas.
Essa espera toda foi até divertida, gastamos tudo o que não tínhamos em máquinas de comidas, chaveiros, ímãs de geladeira (clássicos…) e lembrancinhas para família e amigos. Sem opções de atividades, conhecemos o aeroporto inteiro, ficamos horas na internet e em livros até enjoar. Tinham alas no aeroporto que não havia ninguém, uma viva alma sequer. Mas não era bom “dar mole”: enquanto um cochilava, o outro ficava acordado. Uma senhora que se deparou conosco em certo momento nos ofereceu de tudo – bebida, comida – mas gentilmente recusamos, ela era estranha e parecia ligeiramente suspeita.
Na hora da virada do ano mesmo não escutamos nenhum barulho. Também pudera, quase ninguém ali; outra que não existe absolutamente nada ao redor do aeroporto de Milão. Eu estava no Facebook e a Marcella no Skype, nos comunicando com nossos conhecidos. Nessa situação inusitada, tiramos uma foto para as redes sociais improvisando um tripé para a máquina fotográfica, há mais de 11 mil quilômetros de casa.